sexta-feira, 13 de julho de 2012

A Estratégia de RH Danosa da Microsoft

A Exame desse mês publica uma matéria mostrando como uma estratégia mal formulada pelo RH pode deixar uma empresa gigantesca e que deveria ter foco na inovação, para trás de seus concorrentes.
Inovacao

Já trabalhei em várias empresas de grande porte e conheço a capacidade de algumas para criar coisas ridículas quando se refere a relação com seus "recursos humanos".

A forma de se avaliar os funcionários e colaboradores, definir metas e premiar os melhores com frequência é polêmica. Só que a Microsoft conseguiu se superar com seu modelo tacanho.

Segundo o artigo da jornalista Marcela Ayres, independente da qualidade dos membros de uma equipe, o chefe teria uma "cota" de avaliações para cada categoria: até 20% poderiam ser rotulados como excelentes, 70% seriam definidos como medíocres e 10% como ruins.

Ou seja, se você por acaso tivesse uma equipe composta apenas por excelentes profissionais seria obrigado a avaliar 80% da sua equipe como profissionais "fracos". Não é necessário dizer que isso gerou desde desânimo por parte dos funcionários como fez com que as pessoas focassem em resultados imediatos e em projetos com baixíssimo risco de dar errado.

O problema é que a inovação é resultado de se arriscar. E sabidamente colaboradores que precisam se preocupar com o emprego dificilmente arriscam algo.

Além disso, quando a concorrência é muito acirrada acaba gerando um efeito colateral extremamente danoso: as pessoas deixam de colaborar entre si, procurando "detonar" seus concorrentes. "Por que vou ajudar meu colega a resolver um problema de programação se isso poderá ajudá-lo a subir no 'ranking' da equipe?"

Obviamente o objetivo de toda empresa é crescer e gerar lucro. E para isso, os funcionários são recurso fundamental. Saber dosar motivação com incentivos ao aumento da produtividade é fundamental. Infelizmente em boa parte das empresas as "táticas de motivação" acabam gerando um ambiente de trabalho competitivo demais, gerando estresse e afastando os bons profissionais (hoje a preocupação com a qualidade de vida está cada vez mais valorizada e um local onde se sinta bem é primordial para isso).

Metas arrojadas de curto e longo prazo normalmente são conflitantes. Na área de software, cuja produção depende consideravelmente das pessoas, é preciso conciliar a produtividade do dia a dia com projetos para o futuro da empresa. Não é fácil, principalmente em um cenário mundial recessivo como o atual. 

Empresas com ideias originais para promover uma integração positiva entre seu pessoal são a aposta mais certeira para existir por muito tempo. A solução para crescer e inovar com certeza não passa por fórmulas simplistas (se assim fosse todas adotariam), porém uma coisa é certa: incentivar uma competição acerbada entre os funcionários é receita garantida para o fracasso no campo da inovação. A Microsoft que o diga...

A matéria completa da Exame pode ser lida aqui.