domingo, 26 de setembro de 2010

EUA estudam novas técnicas de biometria para o combate ao terrorismo

Atualmente, o modo de flagrar terroristas que querem entrar nos EUA se dá por meio de leitura de impressões digitais. Mas o departamento de segurança doméstico (DHS – Department of Home Security) tem outros planos: querem um sistema que capture e interprete gestos que revelem as más intenções em seu país.

O DHS chegou a desenvolver um sistema de ensaios em que posicionava um suspeito ao lado de uma espécie de leitor que registrava, em questões de milissegundos, alterações na freqüência cardíaca, na respiração e no tamanho das pupilas. Nem as menores variações na temperatura da pele escapam aos “olhos” do equipamento; tudo na busca por qualquer sinal de comportamento suspeito.



Na direção do setor de pesquisas, de ciência e de tecnologia do DHS, Dr. Starnes Walker abordou esse assunto durante a abertura da Biometric Consortium Conference, em Tampa, na Flórida.

FAST

Na ocasião, foi exibido um vídeo sobre a tecnologia batizada de FAST (Future Attribute Screening Technology – tecnologia futura para análises de atributos, em tradução livre do inglês).

De acordo com a Dra. Sharla Rausch, diretora da divisão de estudos comportamentais do DHS, não há previsão para introdução definitiva do FAST. A divisão de Sharla tem a incumbência de avançar os estudos nas maneiras de combate à proliferação do terrorismo, através de estudos na área da biometria e comportamental. Sharla também falou sobre o FAST e disse se tratar da combinação de tecnologias de monitoramento voltada à detecção de comportamento suspeito, em identificar fatores de motivação e em determinar as intenções do sujeito. “Tem gente muito boa em esconder dos outros suas reais intenções, mas estamos trabalhando no sentido de enfraquecer esse poder”.

O crivo do público

Sob o nome de Project Hostile Intent (Projeto Intenções Maléficas – em tradução livre do inglês), um grupo de cientistas estuda micro-vazamentos na pele do rosto, como forma de prever potenciais reações com possíveis ligações com o porte de bombas. “Tudo é uma questão de observar variações na pele, na frequencia cardíaca e nas pupilas. Existe uma correlação entre nervosismo e mentira associada à intenções negativas”, diz.

A Dra. Rausch sabe que para ser aprovada, a FAST precisa passar pelo crivo da opinião pública: “As pessoas precisam aceitar esses avanços”, diz.

O uso mais sofisticado das técnicas de biometria avançou rapidamente nos EUA depois dos ataques de 11/9. Mas a leitura de impressões digitais em aeroportos causou uma certa revolta por lembrar o registro de pessoas acusadas por delitos. Em outras palavras, lembrava uma delegacia. Os EUA procuram integrar técnicas menos invasivas, como o mapeamento da íris ou da face.

Sem mencionar diretamente o FAST, Lisa Nelson, professora-assistente da Universidade de Pittsburgh, declarou em uma apresentação sobre suas pesquisas na área de biometria, que as pessoas costumam tolerar melhor esse tipo de escrutínio quando fundamentado em questões de segurança pública.

Ativistas

Apesar dos grupos defensores da privacidade serem supostos representantes da opinião pública, Nelson diz que seus estudos revelaram a existência de “diferenças entre a percepção pública e o uso dessa percepção na mão de grupos que hasteiam a bandeira da defesa coletiva”. De acordo com Lisa, a percepção pública não se identifica com os grupos ativistas quando o assunto é a segurança própria e a defesa contra o terrorismo ou o furto de identidade.

Fonte: PC World