segunda-feira, 1 de março de 2010

As vantagens do uso de redes sociais nas empresas

O uso competente das ferramentas ajuda empresas a crescer, popularizar-se e firmar o lugar no mercado

Redes sociais como o Twitter, Orkut e Facebook valem ouro. São ferramentas cada vez mais populares na internet e um fenômeno tão recorrente e forte que não pode passar despercebido pelas pequenas e médias empresas.


Dados de uma pesquisa realizada pelo Altimer Group e Wetpaint para a revista Business Week com as 100 empresas mais valiosas ao redor do globo mostraram que os empreendimentos que investem em mídias sociais apresentam melhores resultados e receitas finais mais recheadas. Em média, empresas que investiram em mídias sociais cresceram 18% em um ano, enquanto aquelas que investiram pouco nas redes tiveram queda de 6% em suas receitas no mesmo período.

“É preciso alertar as empresas, de quaisquer portes, para a eficiência e relevância das redes sociais”, diz o especialista em tecnologia de informação Luís Fuzaro. “Há um benefício bastante grande em usar esse tipo de tecnologia porque agiliza os processos de negócios”, completa. Para o especialista, as redes sociais, desde que utilizadas adequadamente, evitam duplicidade de informação, aumentam o trabalho colaborativo e melhoram os repositórios para criar um conhecimento coletivo da empresa.

Segundo Fuzaro, melhorar o conhecimento coletivo é essencial para criar potencial e diferencial competitivo. “A empresa consegue melhorar os custos e a agilidade de processos de negócios”, afirma.

Para o pequeno empresário, o uso dessas ferramentas pode ser aproveitado para uma série de fatores. Para Fuzaro, é pertinente ao pequeno empreendedor investir nesse tipo de tecnologia porque essas redes permitem expansão do mercado, melhor relacionamento com os clientes e fornecedores e redução de custos, sem falar no uso possível para campanhas de marketing. “Ainda, não podemos esquecer que empresas mais alinhadas com o uso de novas ferramentas e antenadas no avanço tecnológico acabam atraindo mais recursos”, completa.

A seguir, veja casos de empresas que usam ferramentas sociais e suas experiências com elas.

Empresa online de turismo faz contato entre clientes e hotéis com uso de redes sociais
Agência faz até duas mil reservas por dia e tem parceria com mais de mil hotéis no Brasil e 70 mil no exterior

 Divulgação

Francisco Millarch, fundador do Mala Pronta, "A internet tem muito potencial"

A agência de viagens Mala Pronta foi fundada em 2004 para ser uma empresa online que atende turistas de lazer ou negócios no Brasil e no exterior. Ela age como intermediador entre clientes em potencial e hotéis, mas só recebe o pagamento – que vem do hotel - quando a diária é paga. O diferencial é que o cliente não precisa pagar nada para a agência, que começou trabalhando com apenas algumas empresas de hospedagem e hoje já faz a ponte para mais de mil hotéis dentro do Brasil e 70 mil no exterior.

A Mala Pronta aposta no uso de redes sociais, principalmente o Twitter, Facebook e blog, para se relacionar com seus consumidores, aumentar a clientela e garantir mais informações. E como faz o link direto do cliente com o hotel, o próprio hotel acaba usando, indiretamente, as redes sociais. A Mala Pronta possibilita, então, o canal de comunicação entre hóspede e hotel. Graças a esse feedback, muitos hotéis fazem promoções exclusivas para a Mala Pronta

O fundador e diretor da empresa, Francisco Millarch, 37, sabe do poder da internet desde que cursou mestrado em mídias interativas em Londres, na Inglaterra. “A internet tem muito potencial, e acredito que teremos um grande crescimento no Brasil em turismo, por causa disso, acho que esse investimento na internet e nas redes sociais vai ser muito relevante.”, afirma.

Além de usar Twitter, Facebook e blog para abrir o canal comunicativo com os clientes, a empresa também usa as ferramentas para divulgar promoções de seus parceiros. “No momento em que um hotel passa uma promoção exclusiva para nós, divulgamos no Twitter ou no Facebook e fazemos matéria em nosso blog também. Isso gera uma comunidade online que envolve clientes e hotéis”, afirma Millarch. A empresa também faz uso de newsletters, enviadas para mais de 500 mil clientes que já usaram o serviço da agência.

O Twitter também é utilizado para monitorar e indicar opções aos clientes. “Ficamos espertos com pessoas que querem hotéis em determinados lugares, e quando alguém manda uma mensagem procurando opções, logo depois já lançamos um tweet para essa pessoa falando que tem o hotel tal, em tal lugar”, completa. Essas iniciativas levam clientes para o site da Mala Pronta, que acabam efetuando suas reservas pela empresa.

Francisco Millarch ainda diz ser fundamental abrir o canal de comunicação para o cliente. Essa proximidade permite maior fidelização. “Nunca recebemos reclamações porque não é o nosso serviço, de fato, que estão comprando, e sim o do hotel. Nós fazemos a intermediação e respondemos por isso em nossas redes”, afirma. Dos 25 funcionários da empresa, três são profissionais de comunicação social destinados somente para a administração das redes sociais.

Millarch é categórico: “As mídias sociais ajudam a fortalecer a marca e divulgá-la, é um diferencial muito importante”. Essas iniciativas garantiram um crescimento muito grande da empresa em pouco tempo. Com um investimento inicial de R$ 50 mil, o empreendimento registrou, no ano passado, um faturamento de R$ 25 milhões, um crescimento de 400% em relação ao ano anterior. Em 2008, o crescimento foi ainda maior, 600%. Mesmo com a ideia de que pequenas empresas crescem mais rapidamente, Millarch admite que “o segredo da internet é ter o capital humano, as pessoas certas”, encerra.

Ateliê de bolsas e acessórios divulga processo criativo por redes sociais
Sócias utilizam ferramentas de internet para aproximar clientes da marca e criam expectativa antes mesmo do lançamento

 Divulgação
A sede da Adô Ateliê, em Belo Horizonte

As sócias Fernanda Dubal, 28, e Tatiana Azzi, 27, criaram a marca Adô de bolsas e acessórios customizados e feitos à mão há cerca de três anos. Na época, as designers industriais divulgavam e vendiam sua marca apenas entre amigos, mas há um ano elas fundaram a empresa Adô Ateliê, em Belo Horizonte.

Para poder iniciar a produção, investiram cerca de R$ 20 mil e estão ansiosas para obter seu primeiro balanço, que deve chegar no mês que vem. Mas as empresárias garantem o sensível crescimento da empresa, porque o aumento da demanda se deu não só com clientes individuais, mas também com lojistas. A jovem empresa possui mais de 300 clientes no varejo e trabalha com cerca de dez lojistas em Belo Horizonte e um na Espanha. O clima é de otimismo entre as empresárias, que pretendem expandir para o estado de São Paulo ainda neste ano.

Em parte, o crescimento e fortalecimento da nova marca deu-se justamente em virtude do uso das redes sociais. “Nós procuramos enriquecer e definir não só a marca e o que se passa na empresa, mas também ajudar em uma espécie de guia do estilo de vida dos clientes”, diz Fernanda. A ideia é usar ferramentas como Twitter e Facebook para também veicular notícias que saem na mídia sobre moda e design do Brasil e do mundo. “Fazemos uma espécie de clipping online”, completa Fernanda. Para a empresária essas ferramentas servem como criação de marketing viral, que se mostra cada vez mais eficiente e com baixo custo, o que conjuga com um crescimento maior.

A empresa também usa essas ferramentas e mais um blog para mostrar aos clientes o que está se passando dentro do ateliê. São divulgados não só lançamentos e promoções da loja online mantida pelas sócias, mas também fotos do processo criativo. “Temos um feedback melhor, por causa da interatividade. Esse feedback existe antes mesmo do produto ter sido lançado”, revela Fernanda. Esse retorno pode até mesmo proporcionar a mudança no produto, caso necessário.

Segundo Fernanda, o blog é muito útil porque ele tem todo o histórico da marca, além da divulgação de eventos, notícias e parcerias. É um background do profissional. “O blog é como um currículo da marca. Ele tem muito peso para nós por causa da maior riqueza dos detalhes que ele proporciona”, garante a empresária.

Para as sócias, as redes são muito importantes em negócios, principalmente de internet, para possibilitar a aproximação do cliente à marca. Fernanda vê o uso das redes como fundamental para as novas empresas atualmente: “As redes fortalecem muito o negócio online e o retorno direto nos proporcionou parcerias e oportunidades”. Para ela, o principal é eliminar muitas barreiras, principalmente as geográficas.

 Redes sociais otimizam atendimento de empresa de TI e melhoram comunicação interna e externa
Empresa integrou o Twitter em seus softwares e até quem não tem registro no miniblog recebe as notícias

 Divulgação

Funcionários da Tron utilizam redes sociais interna e externamente

A Tron Informática é uma empresa de tecnologia da informação com foco em softwares de legislação contábil, fiscal e trabalhista. Diversas redes sociais são utilizadas pela empresa com objetivos divididos e bem delineados. Isso auxiliou não só a melhor capacitação dos funcionários, como diminuiu a demanda por suporte técnico. O pico de chamadas costuma ser em janeiro e no ano passado esse mês registrou um aumento de 40% na demanda por suporte. Depois do uso das redes, a demanda cresceu apenas 13%.

As constatações são do fundador e diretor do grupo Tron, Reilly Rangel. “O que gostei bastante no uso das redes sociais é que deixou nossa pirâmide hierárquica horizontalizada. É fácil falar com gerentes e empregados”, diz o empresário. Ele revela ainda que as redes abrem um canal de comunicação de mão-dupla entre empresa e cliente. Os funcionários podem utilizar Orkut, Facebook, Twitter, Blog, Flickr e Youtube tanto para fins profissionais quanto pessoais.

O Orkut é usado desde 2004 e nele são divulgadas mensagens diversas sobre a empresa e são feitas enquetes e fóruns, para despertar a curiosidade do cliente. O Facebook tem painel com fórum e discussões e também é usado para divulgação de vídeos produzidos pela própria empresa, tanto institucionais quanto de divulgação. A empresa tem um canal personalizado no Youtube, onde hospeda vídeos sobre a Tron ou feitos por outras pessoas, mas que tenham relação com o tema. O Flickr é um repositório de fotos de eventos e de situações internas da empresa. Finalmente, o blog traz notícias sobre a Tron e opiniões, além de mais conteúdo para explicar qualquer coisa com mais detalhes.

“Buscamos explorar esses meios de comunicação de forma positiva e saudável. O resultado tem sido tão bom que queremos que todos usem”, diz Rangel. A empresa integrou o Twitter em seus softwares para veicular notícias para qualquer um que o utilize. “Dentro do nosso sistema aparece o último post do Twitter, na linha rodapé. Tendo conta no miniblog ou não, a notícia chega para o usuário do nosso sistema”, garante o empresário.

A Tron existe há 18 anos. Começou com dois empreendedores em uma garagem em Goiânia, um da área técnica e outro da área de negócios. Insatisfeitos com o atendimento de empresas de TI, decidiram fundar a deles. Hoje a empresa atende cerca de 4 mil clientes, conta com mais de 200 funcionários espalhados por 11 sedes e fechou 2009 com um aumento de 43% no faturamento. As redes foram responsáveis pela abertura de duas novas empresas no ano passado, em virtude do aumento que elas trouxeram no número de clientes.

 Divulgação
Reilly Rangel, diretor do grupo Tron, "Uso das redes sociais é que deixou nossa pirâmide hierárquica horizontalizada"

Fonte: Artigo escrito por Marcus Vinicius Pilleggi para o site Pequenas Empresas, Grandes Negócios

Posted via email from Ramon E. Ritter